CAMINHO DOS VENCEDORES
Aqui você conhecerá histórias de profissionais de enfermagem que estão na linha de frente ou que tiveram a COVID-19 e venceram.
SUELI MONTEIRO, 44 ANOS, AUXILIAR DE ENFERMAGEM.
​
Sueli reside sozinha em Taboão da Serra (São Paulo), onde trabalha na linha de frente, combatendo a COVID-19.
​
Contraiu a doença em maio, começando com uma febre e depois evoluindo para uma tosse, dor no corpo, fraqueza, perda de paladar e olfato. Segundo ela, sempre utilizava os equipamentos de proteção individual e não sabe como foi contaminada pelo vírus.
​
Já no primeiro dia, depois de chegar ao trabalho com febre, fez o teste para COVID-19 e uma tomografia, e os dois atestaram positivo para a doença.
​
Ela seguiu o tratamento em casa e não precisou ser internada. Contudo, como morava sozinha, tendo apenas ajuda dos familiares para comprar os medicamentos e os mantimentos, era tudo mais complicado. Durante o período de recuperação domiciliar se medicou com azitromicina e o antiviral Tomiflu durante dez dias.
​
“Passei o período de recuperação dos primeiros 14 dias, depois voltei ao trabalho e repeti a tomografia e voltou a dar a Covid. Então precisei me afastar por mais sete dias e retornei ao trabalho. Foi muito difícil, eu fiquei muito fraca. Cheguei a cair aqui dentro de casa porque não tinha força, não conseguia comer. Além disso, nessa época minha mãe, Florentina, de 84 anos faleceu e eu estava em isolamento social e não pude comparecer ao velório”, diz Sueli em entrevista ao jornal “Folha de São Paulo”.
​
A mãe faleceu de infarto e não de Covid-19, segundo ela. Apósrecuperada, ainda relata:
“Agora é tomar os suplementos e vitaminas que o médico prescreveu para melhorar minha imunidade, que estava muito baixa. Por trabalhar à noite na enfermagem, não me alimento nem durma direito. Devagarzinho foi dando tudo certo. Não posso dizer que estou curada totalmente, porque o vírus não sai do corpo como o médico me orientou. Só quando tomar a vacina”.
​
FONTE: Folha de São Paulo. Auxiliar de enfermagem se isola duas vezes para sarar da Covid-19. 2020. Disponível em: <https://agora.folha.uol.com.br/sao-paulo/2020/06/auxiliar-de-enfermagem-se-isola-duas-vezes-para-sarar-da-covid-19.shtml> Acesso em: 15 jun. 2020. Texto Adaptado.
​
​
​
​
ÉRICA PAIVA, ENFERMEIRA.
​
Érica é enfermeira do Complexo Hospitalar de Niterói e foi diagnosticada com o covid-19 em 20 de abril.
​
Ela conta que circulava muito pelo hospital, procurando ser bem engajada e queria sempre estar na linha de frente no combate ao novo coronavírus. “Por isso, infelizmente, acabei me infectando.”
​
A enfermeira conta que a descoberta do diagnóstico foi preocupante para a família, mas mostrou seu lado mais forte. "Todos ficaram apreensivos. Minha mãe ficou muito angustiada por estar no grupo de risco. O isolamento foi muito difícil para mim. Mas percebi que era minha missão e que passaria bem por isso. Precisava fazer meu melhor para não colocar pessoas amadas em risco", comenta.
​
Por viver com o marido e a filha de 6 anos, Erica ressalta que a parte mais dura foi se afastar da família. "Assim que tive os primeiros sintomas, antes mesmo de fazer o teste, pedi que minha mãe ficasse temporariamente com minha filha. Dentro de casa, ficava mais tempo isolada e utilizava máscara quando precisava sair do quarto. Separamos nossos objetos de uso pessoal e reforçamos a higienização e o arejamento da casa", explica.
​
Apesar das medidas cautelosas, o marido de Erica acabou sendo infectado pouco tempo depois: "No caso dele, foi um pouco mais grave. Como tive sintomas brandos, não precisei recorrer ao hospital. Ele, por outro lado, apresentou falta de ar e precisou passar dois dias no CTI. Hoje já está recuperado e fazendo fisioterapia respiratória."
​
Mesmo diante das dificuldades, a enfermeira comenta que os 14 dias de afastamento a motivaram para voltar à atividade com força total.
FONTE: TERRA. "Foi uma lição de empatia", diz enfermeira recuperada de Covid-19. 2020. Disponível em: <https://www-terra-com-br.cdn.ampproject.org/v/s/www.terra.com.br/amp/noticias/dino/foi-uma-licao-de-empatia-diz-enfermeira-recuperada-de-covid-19,fceff82aab1a21e30ab42935584842e6vz88icnj.html?usqp=mq331AQFKAGwASA%3D&_js_v=0.1#aoh=15917887747436&referrer=https%3A%2F%2Fwww.google.com&_tf=Fonte%3A%20%251%24s&share=https%3A%2F%2Fwww.terra.com.br%2Fnoticias%2Fdino%2Ffoi-uma-licao-de-empatia-diz-enfermeira-recuperada-de-covid-19%2Cfceff82aab1a21e30ab42935584842e6vz88icnj.html> Acesso em: 10 jun. 2020. Texto Adaptado.
​
​
​
​
ANA LÚCIA TAVARES, 60 ANOS, TÉCNICA DE ENFERMAGEM.
Ana Lúcia passou 13 dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Otávio de Freitas, no Recife, local onde trabalha há 30 anos.
​
Ela relata que o medo de se infectar virou realidade. "Eu comecei a sentir febre. Logo depois, a febre persistiu. Fui para a área vermelha [para casos graves]. Tive momentos de choros, momentos preocupada com a família".
​
Ana Lúcia teve problemas respiratórios, mas conseguiu vencer a batalha contra a doença. Na saída da UTI, o clima foi de comemoração junto aos colegas. Quando recebeu alta do hospital, mais festa.
​
Apesar de querer voltar o quanto antes ao trabalho, a técnica contou que não é fácil atuar no combate à doença. "O clima realmente é tenso, nervoso. Temos momento de isolamento, vamos chorar e um acompanha o outro, damos conforto um ao outro, mas o medo é muito grande", disse.
FONTE: DIELÚ, Nathália. ‘É uma doença devastadora’, diz técnica de enfermagem que se recuperou da Covid-19. 2020. Dispinível em: <https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2020/05/20/e-uma-doenca-devastadora-diz-tecnica-de-enfermagem-que-se-recuperou-da-covid-19.ghtml> Acesso em: 25 mai. 2020. Texto Adaptado.
​
​
​
​
THAIANE SANTOS, 25 ANOS, TÉCNICA DE ENFERMAGEM.
​
Thaiane trabalha em uma unidade de saúde de São Luís no Maranhão e, como muitos profissionais da saúde, também contraiu a Covid-19 prestando atendimento.
​
A princípio, teve como sintomas: a perda de olfato e do paladar, muita dor de cabeça e até mesmo chegou a perder os movimentos dos membros inferiores. Após um agravamento de seu estado, precisou ser internada no Hospital Universitário do Maranhão (HUUFMA), onde permaneceu por 8 dias.
​
Após uma intensa batalha, teve alta no dia 22 de maio.
​
Em entrevista para o G1, ela relatou que uma das partes mais difíceis foi ficar longe de seu filho Guilherme. E ainda falou sobre o seu sentimento ao passar pela doença:
​
“Minha reação foi de medo. Pensei no pior, até por ser da área da saúde e ver muitos casos com finais tristes”;mesmo isolada e afastada de todos diz que pode receber o carinho de familiares e amigos, e que muita gente a ajudou na luta.Também, após ser curada, reconhece o cuidado de Deus durante todo trajeto: “Deus me deu uma outra chance. Saí vitoriosa dessa batalha. Poderia ter saído com várias sequelas, mas a mão de Deus me guardou”.
​
Thaiane ainda alerta sobre os cuidados necessários que devemos ter durante a pandemia:
“É importante que as pessoas fiquem em casa, pois, têm várias pessoas que são assintomáticas. É muito importante manter o isolamento social para evitar o risco de contágio. Usem máscara e saiam de casa somente se for necessário, pois quem se contamina vive dias difíceis, até mesmo quem apresenta sintomas leves. Se cuidem e cuidem de quem você ama, mantendo o distanciamento. Que Deus nos ajuda”.
FONTE: G1 MA (São Luís). "Pensei no pior, por ver muitos casos com finais tristes”, diz técnica de enfermagem que venceu a Covid-19 no Maranhão. 2020. Disponível em:<https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2020/05/25/pensei-no-pior-por-ver-muitos-casos-com-finais-tristes-diz-tecnica-de-enfermagem-que-venceu-a-covid-19-no-maranhao.ghtml> Acesso em: 26 de Maio. 2020. Texto Adaptado.
VALÉRIO AZEVEDO, 36 ANOS, ENFERMEIRO.
Valério é enfermeiro do SAMU e trabalha no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Ele foi diagnosticado com a COVID-19 em março e em relato a um portal de notícias do Piauí retratou como foi passar pela doença;
​
“Foi um duplo desafio, não só físico como psicológico. Por ser uma doença relativamente nova, pouco conhecida pela medicina. Senti muita tosse, muita dor torácica, dor na garganta. Não sentia o gosto dos alimentos, tive febre e falta de ar” afirma Valério.
​
Apesar dos sintomas não precisou de internação, apenas em uma crise ele buscou pronto-atendimento, mas foi medicado e seguiu com o tratamento a domicílio. Mesmo antes da pandemia já estava longe da esposa grávida e filha, o que impediu a preocupação de serem infectadas pela doença.
​
A esposa grávida está esperando um menino e ele brinca: “Serei pai de um rapaz que vai se chamar Valentim. Já vai nascer valente, em plena época de pandemia”.
​
Agora curado da doença irá coordenar a equipe de enfermagem no hospital de campanha Pedro Balzi, em Teresina. “Vencer essa doença agora é questão de honra”, comenta o enfermeiro.
FONTE: MÂCEDO. Valmir. “Questão de honra”, diz enfermeiro que venceu a covid e vai coordenar hospital de campanha. 2020. Disponível em: <https://cidadeverde.com/coronavirus/106986/questao-de-honra-diz-enfermeiro-que-venceu-a-covid-e-vai-coordenar-hospital-de-campanha> Acesso em: 19 mai. 2020. Texto Adaptado.
​
​
​
​
PAULO CELSO COSTA, 42 ANOS, TÉCNICO DE ENFERMAGEM
​
Paulo deu entrada no Hospital do Servidor Público Estadual no dia 31 de março com sintomas da covid-19. No início tinha “perda de paladar, não sentia mais o cheiro das coisas e tinha muita dor no peito e febre”.
​
Ele foi internado em uma área específica do hospital que tratava de pessoas com infecções respiratórias e após os primeiro dias na enfermaria, o seu quadro agravou fazendo com que fosse transferido para a UTI. O técnico é hipertenso, diabético e ainda tinha o sobrepeso como fator de risco.
​
Sua esposa, que também é profissional da enfermagem, teve sintomas da covid-19, mas não precisou ser internada. Dois dos três filhos do casal também apresentaram sinais da infecção.
​
Após 11 dias de internação, sendo 2 deles na UTI, Paulo teve alta e pôde retornar para casa.
​
FONTE: SANT’ANNA, Emilio. Técnido de enfermagem diabético e hipertenso sobrevive a Covid-19 e a H1N1. 2020. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/04/tecnico-de-enfermagem-diabetico-e-hipertenso-sobrevive-a-covid-19-e-a-h1n1.shtml> Acesso em: 6 mai. 2020. Texto Adaptado.
​
​
​
​
CARLOS ADRIANO DRESH, 35 ANOS, ENFERMEIRO.
​
Carlos é enfermeiro em um hospital privado em Joinville e esteve à frente da triagem de pacientes. Recebeu o diagnóstico no dia 29 de março e desde a coleta – dia 25 - viveu uma batalha até sua alta no dia 13 de abril.
​
Os primeiros sintomas foram febre baixa, tosse e dores pelo corpo. Depois de alguns dias a tosse continuou e a febre aumentou, chegando a 38,5. Por mais 9 dias, outros sintomas apareceram até começar a sentir falta de ar, cansaço extremo e fortes dores pelo corpo, necessitando, então, de internação.
​
Foram 15 dias hospitalizados, 11 deles na UTI, sendo três dias entubado.
​
“Por vários dias de internação achei que não ia superar essa doença. A ansiedade e a angústia tomaram conta de mim. Mas não venci essa luta sozinho. Foi graças ao carinho, à atenção e à dedicação de toda a equipe que me atendeu e também à corrente de oração de amigos, familiares, pessoas que nem conheço, mas que se importaram comigo”, relata o enfermeiro ao grupo de notícias ND.
​
No dia 13 de abril recebeu alta, podendo retornar para casa.
FONTE: SCHWARZ. Raquel. “Achei que não ia superar essa doença”, diz enfermeiro de Joinville recuperado de COVID-19. 2020. Disponível em: <https://ndmais.com.br/noticias/achei-que-nao-ia-superar-essa-doenca-diz-enfermeiro-de-joinville-recuperado-da-covid-19/> Acesso em: 22 abr. 2020.
​
​
​
​
MARCOS EVANGELISTA, 46 ANOS, ENFERMEIRO INTENSIVISTA
​
Marcos passou os últimos 14 anos trabalhando no Hospital São Paulo, na capital do Estado, hospital de referência da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), onde também ficou internado quando contraiu coronavírus. Trabalhava na UTI, onde ficam os pacientes de covid-19 em estado mais grave. Também havia tido contato em alguns plantões no pronto-socorro com pacientes com coronavírus, onde chegavam com falta de ar e tosse antes da confirmação da doença. Ali, profissionais de saúde estavam menos protegidos.
​
Em um plantão noturno, do dia 26 para o 27 de março, que Marcos começou a sentir calafrios. Mediu sua temperatura: 37,8º. Também estava taquicárdico. Desceu para o pronto-socorro do hospital, foi avaliado e estabeleceu-se que estava com suspeita de covid-19.
​
O isolamento em casa foi completo. Marcos e sua esposa, uma médica pediatra, criaram protocolos. Ele ficou no quarto do casal, sem sair de lá, e ela foi para o quarto de uma das filhas.
​
Cinco dias depois dos primeiros sintomas, na noite do dia 31 março para o dia 1º de abril, viu que seu quadro clínico "estava complicando". Então, ligou para sua esposa e ela o levou para o hospital. Chegando ao hospital fizeram exames de sangue e uma tomografia de seu pulmão. A tomografia mostrou que um quarto de seu pulmão havia sido comprometido, tomado por lesões características da covid-19.
​
Então, Marcos foi internado na UTI. Ali, recebeu oxigênio por 48 horas, medicação para febre, Tamiflu (o remédio para H1N1), hidroxocloroquina e antibiótico. Mas seu prognóstico acabou sendo positivo. A respiração melhorou, e depois de duas noites na UTI, foi transferido para a enfermaria, onde ficou mais dois dias. Perdeu seis quilos em oito dias, mas o pulmão começava a se recuperar.
​
Finalmente, recebeu alta, "um grande alívio", e foi para casa repousar e se reabilitar, continuando o uso das medicações. Só dez dias depois de receber alta da UTI, Marcos está de volta ao trabalho na mesma unidade. Voltou a pisar no hospital de novo no dia 13 de abril, novamente como enfermeiro, não paciente.
FONTE: GRAGNANI, Juliana. Coronavírus no Brasil: enfermeiro de UTI e médico adoecem juntos: 'Fez exame comigo. Quando vi, tinha falecido'. 2020. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-52301406> Acesso em: 21 abr. 2020.
​
​
​
​
TATIANA DA SILVA OLIVEIRA, 37 ANOS, AUXILIAR DE ENFERMAGEM.
​
Tatiana é auxiliar em um hospital de Praia Grande, litoral de São Paulo e ela não tem certeza de como contraiu a doença, contudo, acredita ter tido contato com o vírus após prestar atendimento a um paciente que precisou de entubação no último dia 27 de março.
​
Poucos dias depois, a auxiliar começou a sentir sintomas que levantaram a suspeita e então procurou atendimento médico. Após o atendimento, Tatiana chegou a ser afastada por três dias do trabalho. Porém, dois dias depois, já no dia 2 de abril, os sintomas pioraram e a auxiliar passou a ter dores de cabeça e no corpo e diarreia, além da perda do olfato. Ela chegou a procurar a Unidade de Pronto Atendimento de Santos e Praia Grande, mas foi medicada e liberada.
​
Já no dia 8 de abril, a auxiliar precisou ser encaminhada a UPA Samambaia, em Praia Grande, após não conseguir ingerir alimentos sólidos. Ela acabou sendo internada e transferida ao Hospital Irmã Dulce. No dia seguinte, uma nova piora fez com que Tatiane fosse internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital e após fazer uma tomografia, foi confirmado que ela tinha um comprometimento de até 50% em seu pulmão. Iniciando assim, o uso de antibiótico.
​
Depois de quatro dias de internação na UTI, a auxiliar respondeu ao tratamento e foi transferida de volta para o quarto do hospital, onde ficou até o fim da recuperação.
​
No dia 14 de Abril teve confirmação do teste para COVID-19. Já no dia 15 a auxiliar refez os exames e, no dia seguinte, teve a notícia de que havia se restabelecido. Tendo assim, alta médica, podendo retornar para casa.
​
Isolada em casa, Tatiana contou com a ajuda do marido e das filhas no final da recuperação. E após quase um mês doente, retornou ao trabalho no dia 27 de abril.
​
FONTE: GATTO, Gabriel. Profissional de saúde diz que 'nasceu de novo' após contrair coronavírus. Disponível em: <https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/mais-saude/noticia/2020/04/20/profissional-de-saude-diz-que-nasceu-de-novo-apos-contrair-coronavirus.ghtml> Acesso em: 22 abr. 2020. Texto Adaptado.
