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PANDEMIA: Médicos do Samu de Campina Grande divulgam carta relatando situação caótica na cidade

  • sentinelasdaenferm
  • 20 de abr. de 2020
  • 3 min de leitura

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No dia 17 de Abril os profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Campina Grande trouxeram a público uma carta denunciando a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários nessa época da pandemia do COVID-19, relataram também a falta de protocolos de atendimento em relação aos pacientes que são positivo e para os que aguardam o resultado do teste. Os plantonistas do SAMU trabalham sobre contrato, esse que não lhes confere férias ou décimo terceiro, e que em caso de ficarem doentes, não tem nenhuma garantia de amparo financeiro. Segue a carta na íntegra:
"Pesarosos por nosso infortúnio, dirigimo-nos aos senhores nesse momento caótico que estamos vivenciando.  Nós, médicos do SAMU desta cidade de Campina Grande, que como tantos outros profissionais de saúde (enfermeiros, fisioterapeutas, etc) que estão na linha de frente dessa pandemia que nos assola, estamos vulneráveis e desamparados.  A situação é caótica! Não temos EPI’s suficientes para a equipe em campo de batalha, não dispomos de protocolo para os casos que já são positivos ou os que estão aguardando diagnóstico… Dispomos, outrossim, de condições insalubres cuja monta soma-se: 3 médicos afastados positivos para COVID-19 e 5 casos suspeitos aguardando resultado. Nesse universo de caos, alguns profissionais médicos são de risco e encontram-se afastados de suas atividades com sintomas respiratórios.  Por trabalharmos para a Prefeitura de Campina Grande sob o regime de contrato, não temos direito a férias, decimo terceiro ou qualquer amparo e garantia caso algum infortúnio nos aconteça. Alguns de nós que fomos expostos, estamos afastados dos nossos plantões sem nenhuma garantia de renda, sem amparo nem proteção. Inclusive para os que estão doentes. Rogamos por apoio de toda a população, dos órgãos competentes da Justiça e dos senhores da imprensa. Não deixem que o nosso grito ecoe no vazio da inclemência, como tem sido até hoje.   Nós não queremos parar, não podemos parar, até que o último de nós sucumba, estaremos a postos pela vida… por sua vida!! Mas assim como vocês, somos humanos!! Precisamos acreditar que ainda abraçaremos as nossas famílias quando isso tudo passar.  Tornamos notória hoje a população campinense nossa atual situação trabalhista e contamos com o vosso apoio. MÉDICOS AFASTADOS: 10 CASOS SUSPEITOS: 8 DESCARTADOS: 1 CONFIRMADOS: 3 AGUARDANDO RESULTADO: 5 AFASTADOS POR SER GRUPO DE RISCO: 2 Sexta-feira, 17 de abril de 2020."

 Um dia após (18) a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) emitiu uma nota negando as acusações prestadas na carta.  Diante da nota da SMS, o médico plantonista Oswaldo Bezerra Cascudo Filho reafirmou em rede social as más condições de trabalho, que o SAMU segue critérios de avaliação e atendimento próprios, não seguindo as recomendações do Ministério da Saúde. Ele pede o abastecimento de todas as ambulâncias com os EPIs completos e necessários nessa crise, visto que todos os profissionais estão vulneráveis a contaminação, a limpeza correta do ambiente de trabalho, entre outros.  O médico foi afastado completamente de suas atividades no SAMU. A SMS afirmou que Oswaldo já tinha entrado com pedido de afastamento, que não existe nenhuma intenção de punir qualquer profissional que manifeste o seu direito de livre expressão. Mas médico esclarece que o pedido foi parcial e não completo e que ainda pretendia prestar alguns plantões antes de se afastar.     Nós juntamente com o CRM-PB apoiamos o médico Oswaldo e os demais profissionais do SAMU. Que o Ministério do Trabalho tome as devidas providências. Precisamos reivindicar e garantir boas condições de trabalho, e repudiar qualquer censura aqueles que estão agindo da forma correta, principalmente nesse momento. Denuncie! 
Fontes:
 
 
 

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